sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Contínuando
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
AQUI.
sábado, 11 de dezembro de 2010
1.9
Podemos sair pra dar uma volta, tomar alguma coisa?
Que bom!
Fico feliz que em meio aos seus afazeres tão urgentes e importante você tenha me dado tamanha gratificação, prometo não demorar. Onde? Praia, campo, ou na cidade mesmo? Ah, já sei. Um descampado coberto de relva, certo? Vamos. Ah, antes que eu me esqueça, vamos levar laranjas para fazer um suco.
Que tarde heim.
Olha isso aqui. Fecha os olhos guri, agora respire bem devagar... isso, mais lento, sem preça guri, desliza teu pulso sob a grama, relaxa teus ombros...agora sorria.
Guri, eu ti trouxe aqui para conversarmos, preciso lhe dizer algumas coisas.
Ah guri foram doze meses que si passaram, mas parece que foram doze anos, você mudou, na verdade você se mudou. Mudou-se de princípios, de formas e de perspectivas, ou talvez não, sei lá. Talvez você apenas tenha dado férias para os antigos ângulos, ou quem sabe trocou as lentes do seu binóculo. Enfim, eu não sei ao certo o que aconteceu, mas guri, você mudou. Isso é um fato.
Antes eu podia sentir sua presença, porque você tinha uma espécie de mantra, de energia positiva que ti fazia acreditar, seguir, lutar, chorar e até sorrir, hoje parece que você simplesmente não si importa mais.
Ei, guri, olha nos meus olhos, quero ter a certeza que você está ouvindo cada palavra que estou lhe dizendo.
Para com isso cara, liga outra vez essa máquina de carne, ossos e consistências. Puxa vida, volta, esquece um pouco a razão. Cadê aquele guri de corpo e alma, cadê aquele cara que colocava o amor como principio meio e fim?
Cadê você guri, eu preciso que você continue, desculpa o egoísmo, mas não é só por você, é por mim também. Eu sou um pequeno fleche do que você vai si tornar, mas, percebe, estou inacabado, inconcluido. Por enquanto sou apenas uma tentativa, e por favor, preciso de você para me tornar uma realização.
Para de comprar livros guri, você não está lendo mais nenhum deles. Pare por favor de comer manteiga, eu não quero ser diabético aos trinta e cinco. Ah, e, por favor, estabeleça, ou melhor, conclua de uma vez por todas alguns pontos de vista. Tudo bem se for mudá-los depois, mas os tenha, e na ponta da língua.
Permita-se mais muitas coisas permita aos outros ao menos de vez em quando errar, pense menos na vida alheia, ocupe-se de mais, mais e melhores coisas. Por favor.
Respire mais fundo, e olha aqui, ei olha no meu olho, você vai viajar ta me ouvindo? Vai sim.
Lembra do Protigius? E da Ana? Então, eles estão esperando por você, estão morrendo de vontade de caminhar, falar e existir.
Aqueles três lá em casa, guri, são tua família, considere isso algumas vezes mais, e trate-os como tais.
E aquele protetor solar, e o shampoo pra caspa quando que você vai comprá-los? E não esqueça do aparelho dentário heim, esse ano sai, veja lá menino.
Pra finalizar peço que quando sobrar um tempinho tente novamente aquela conexão.
E por ultimo, vá com um pouco mais de calma, sinta o cheiro de vez em quando, ou sempre.
Bom, é isso guri, e o suco, sai ou não sai?
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Rio.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
inconsistências...
Em um sobre voo tudo não passa de erros e acertos. Pois bem, eis que aqui estamos diante de uma longa estrada, ponte ou coisa assim.
Antes do play um caminho em linha reta, uma perfeição. Após então, tortuoso, cheio de curvas, ladeiras, morros, mas também planícies, planaltos. É escuro e claro, cansativo também. Compensativo ás vezes.
Ponha-se a meditar. Questionar-se, olhar para dentro de se mesmo. Olhemos ao redor, onde feito é desfeito e o dito já não vale mais nada.
Go, corra, ande, pule. Sei que vou custar a estabelecer uma ordem cronológica e até satisfatória, são tantas coisas, há tanta para acreditar, ler, descartar, ver, esmurrar, ouvir, vaiar e aplaudir. Sincronizar é entender. Entender-se para ser mais exato.
Não quero concordância ou padrão nem vou partir daquela velha história de inovação. O caralho com a novidade. Apenas outra parte, ou talvez outro lado. Não, não, apenas uma fatia do bolo do mundo, uma peça de roupa desse armário tão surrado.
Eis que vejo linhas tênues, fios d'água tão indefesos, porém majestosos. Aqui se costuram dúvidas, perguntas e respostas. Hora tudo se define, hora tudo se enrola.
É fácil perceber o processo evolutivo porque até mesmo uma pedra evolui. Pois bem, eu também o fiz, o faço e o farei até o fim. São questões mal resolvidas, deixadas pele metade. Fui fazer a redação volto pra matemática depois. Fugir do clichê é ser o mais clichê possível.
É preguiça, presunção, achismo, e pés no chão. É cabeça no ar.
É dor de cabeça, tendinite, bursite, rinite.
Amídalas cortadas, alfabetização aos dez, primeiro amor aos onze e quatro anos de decepção.
Um punhado de planos bem sucedidos, frases que fazem a tradução. Sorte aqui, azar ali. Mas pra mim tudo é questão de fazer acontecer.
Porra, levanta!
Mas aquela bola pintada de amarelovermelhoquente nasce sempre outra vez, e eis que os pés ainda andam, a cabeça, mesmo que a base de carvão funciona. Doe, grita, ferver, elabora e "pede pros ossos executar"
Não acabou ainda não, essas inconsistências sem sentido, esses fleches vão continuar. Vão evoluir e talvez se organizar.
Sejamos iguais a grãos de areia jogados ao mar, descem devagar vão rodopiando, flutuando até no fundo chegar. Se achegue e aconchegue. Calma, tudo vai melhorar.
(fotos: Arlan Souza)
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Perfeito.
Somos todos partes de um conjunto, somos heterogeneamente homogéneos. Irmãos.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
Nunca Antes...
O promesômetro foi ligado e nunca antes na história deste pais usou-se tanto as frases “eu prometo”; “eu vou fazer”; “se você votar em mim...”. Tem aqueles que dizem - Você me conhece, sabe da minha história. Mas se pararmos um instante percebemos que nunca vimos o fulano, ou sequer ouvimos falar em seu nome.
Há também quem peça que votemos com prazer, outros dizem que pior do que esta não fica. Mas convenhamos, fica sim!
De tudo que tenho visto o que mais me irrita é ver D. Dilma dizendo que no governo do presidente Lula fizemos isso e aquilo. Sim, foi feito, mas como ela mesma disse, no governo do presidente Lula. Não no governo dela, até mesmo porque esse governo não existe, e se depender de mim nunca existirá.
Desse modo a educação a saúde e o meio ambiente, acreditem, será deixado a parte. A Dilma deveria rever seus conceitos, principalmente ao dizer que nós brasileiros estamos no auge da democracia.
Não devemos alicerçar nosso país no consumo, na industria e no poder de compra. Como brasileiro quero muito mais que facilidade para obter um crédito. Quero discutir ideias e não um salário mínimo de seiscentos reais, o que diga-se de passagem é totalmente desumano.
Quero um pais onde seja possível criar diferentes ângulos para uma mesma paisagem, onde hajam ideias, pontos de vista, tudo isso no plural. Quero desprender-me dessa política velha que insiste em manter nosso país subdesenvolvido. Subdesenvolvido não apenas economicamente falando, mas socialmente, intelectualmente e culturalmente também.
Quero eleger senadores, deputados e presidentes que discutam o nosso pais e não os roubos internos que eles mesmo fizeram.
Os senhores de Brasília passam a maior parte do tempo resolvendo problemas internos, problemas deles e não da nação.
Um bom exemplo disso, é a recente votação para decidir qual documento o povo deverá apresentar no dia das eleições, algo tão simples, e óbvio, levou dias para ser decidido, agora parem e pensem, qual a utilidade do título eleitoral se não o de usa-lo como instrumento de votação? por fim o STF decicidiu na ultima quinta-feira (a menos de três dias das eleições) que será necessário apenas um único documento oficial com foto para que o eleitor possa votar, isso depois de muitos brasileiros Brasil á fora terem passado horas em filas gigantesca para tirar ou renovar o título eleitoral.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
quando os outros nos falam"
Eles dizem que estou cansado, que estou caído, com cara de perdedor.
Dizem assim, como quem diz bom dia.
Eu agradeço viu, ao menos isso eles sabem fazer, falar a verdade. Claro, aqui a verdade também é alimento, alimento para quem da miséria alheia se alimenta.Dentre as coisas que tenho repulsa uma delas é a de me tornar repetitivo, mas sei bem, tal como sei que em minha mão direita tem cinco dedos que é exatamente isso que me tornei.
Repetitivo em dores, em palavras, em atitudes.
Nas ultimas semanas comecei a enxergar tudo um tanto embaçado, embaçado mesmo, como se existisse uma névoa permanente em minha fronte. As vezes eu me perco e o lugar para o qual eu vou chama-se limo...vácuo, entre lá e o lugar nenhum.
Loucura? Talvez. Mas poderia o louco reconhecer a própria loucura? Acho que não, sei lá.
domingo, 5 de setembro de 2010
for me.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
.
Queria também entregar o meu corpo todo a você.
Vontades minhas.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Isso é meu.
Me pergunto se realmente somos donos dos nossos pensamentos, das nossas ideias e das nossas vontades.
Até onde compramos um ténis ou lemos um livro por livre arbítrio e totalmente dispersos de influencias. Sejam elas de terceiros, midia ou imposição.
Nossas vontades são realmente nossas?
O ultimo filme que você viu no cinema, a pasta de dente que você usa, o seu corte de cabelo, o seu perfume, seu carro...ahhhh, o nosso mundo.
A calça jeans que você usa é preta, skyny, reta ou slim? E a sua camiseta, é aquela do I love New York ou aquela preta super básica deveras desbotada?
Você limpa seu bumbum com personal ou snob, ou quem sabe, com sabugos de milho?
Vai me diz, você escolhe ou é escolhido?
Você vai prestar federal ou estadual, USP, FATEC, HARVARD? Você viu na tv, no jornal ou simplesmente ouviu dizer que elas são as melhores, ou foi o ultimo senso do MEC que apontou elas como "as melhores"? Você acredita no MEC? Por quê?
A sua vida, o seu plano de ação, de onde vieram suas bases?
Até onde somos manipulados, e mais, até que ponto sabemos que somos? E podemos nos livrar dessa manipulação? Ela, a manipulação, realmente existe?
Há entre as opções, no momento exato em que nós, donos de nossas escolhas podemos optar por isso ou aquilo, mas estamos de fato buscando, analisando, selecionando? Ou simplesmsnete aceitando?
domingo, 15 de agosto de 2010
agora este.
Na verdade ele era os outros, após alguns anos de tanto observar a vida alheia ele acabou tornando-se a própria vida alheia.
O homenzinho sabia dar sábios conselhos, mas ele, coitado, nunca conseguia segui-los. O acontecimento mais recente da vida desse homenzinho foi um tapa na cara, isso mesmo, deram-lhe um tapa na cara.
Ó, pobre homem que ainda acreditava que o tempo tudo resolve, tudo encaixa. Mentira! O tempo destrói, apaga, maltrata, acaba, conclui. Ele, o tempo, é mau. Perverso Sr. Tempo.
Esse homenzinho além de fuxiqueiro era burro, hipócrita e feio.
Ele possuia o popular "dom" da auto-enganação... - Está tudo bem, tudo bem.
Sou forçado a dar altas gargalhadas ao lembrar-me daquele homenzinho, vejo ele todos os dias...
um pedacinho de merda, isso, ele é um pedacinho de merda.
domingo, 8 de agosto de 2010
...
Podíamos ter tido um pouco mais de sorte, as coisas poderiam ter ido por água abaixo amanhã talvez.
Mas não, elas caíram hoje. Elas vêem caindo a muito tempo. Nós até tentamos conserta-las, dia após dia, semana após semana, ano a ano.
Confesso que sonhei com o dia de hoje...estávamos em nossa nova casa. Você em pé na cozinha nova toda rodeada de azulejo branco, parado ao lado da pia, então eu chegava te abraçava e pela primeira vez, que eu me recordo, eu te beijei o rosto. Foi sincero, eu juro. Acho que pela primeira vez, mesmo em um sonho, eu pude entender qual o papel de um pai perante um filho, uma mistura de proteção, lealdade, bem-estar, amor...um amor diferente dos que eu conheço, ou melhor, dos que eu julgo conhecer.
Existe muito sobre você que eu desconheço, somos sim, estranhos que moram sob o mesmo teto e vez ou outra dirigimos a palavra um ao outro por consequência ou sei lá porque.
Hoje pela segunda vez você me renegou. Mas eu confesso que em muitos dos meus lamentos também te reneguei.
E se é para confessar, permita-me expor algumas coisas...
Eu não gosto do teu modo de educar.
Eu queria sentir orgulho de você, mas minha hipocrisia ainda não é tamanha que me permita tal proeza.
Ainda que eu não demonstre não deixe que minha indiferença lhe engane...eu te amo.
Enquanto ao fato de você me renegar, não se preocupe, pois você esta ausente desde sempre.
Aos outros, se é que lhes devo explicação, coloco-me no dever de expor...
eu não sou a vítima, eu não sou o bom menino e muito menos o coitado.
hoje pode até ser o dia dos pais, mas dos pais de plástico, dos figurantes sociais.
Pais de verdade são dádivas que merecem ser comemoradas todos os dias.
domingo, 11 de julho de 2010
Aos meus olhos.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Melhor ouvinte.
Fui ti visitar porque como eu disse, sinto necessidade de ti, mas você parece não saber disso.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Em breve.
Farei eu a minha própria filosofia!
domingo, 9 de maio de 2010
For D.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Fodam-se os números
"Busque o invisível e dispense o que é palpável".
Enfim.
Pra completar a tal bola de neve hoje eu tive matemática, aula dupla.
Conta vai, conta vem, desce número aqui, sobe ali, soma, subtrai, troca sinal, eleva ao quadrado, a quinta, a oitava...
Não nasci para isso! Depois de alças de apoio matemática é a coisa que mais odeio no mundo.
Foi em meio a esse monte de números que eu comecei a pensar se realmente eles são necessários, se eu realmente tenho que suporta-los e o pior, encara-los de frente, de homem pra número.
Tudo leva a concluir que sim, partindo do pressuposto que a matemática equivale a mais de 40% das provas de vestibular/enem e etc.
Ai eu me pergunto, devemos focar o estudo naquilo que gostamos e que nos desperta interesse? ou trabalhar arduamente para desenvolver habilidades nas áreas onde somos um fracasso?
Gosto de li dar com números quando relacionados a dinheiro e porcentagem. Mas ter paciência para li dar com aquelas fórmulas, ai já é outra história.
Após ficar matutando quase uma aula e meia eu decidi!
Juntei meus livros e coloquei a mochila nas costas.
- Chau professor.
- Chau!
Tenho certeza que ele pesou automaticamente.
- Lá vai mais um vadio filho de papai. Um completo zé.
Mas eu bem que sei que a coisa não é nem de longe assim.
Antes que eu pudesse colocar o segundo pé na escada bateu a dúvida. O inicio do arrependimento.
Me mantive firme e continuei e desde o cursinho até agora eu ainda estou pensando...
E a matemática, é ou não necessária? Eu vou conseguir chegar do outro lado sem ela?
Depende, depende de muitas outras coisas.
Se eu pudesse faria o mesmo com muitas outras situações da minha vida, simplesmente levantaria e iria embora.
Bom, é isso, eu só queria mostrar minha falta de juízo, minha rebeldia. Ou quem sabe meu principio de senso crítico e analítico.
Afinal de contas, deixemos o que é importante e joguemos fora o que é desnecessário.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Físico ou Abstrato - Parte 5.
Capitulo Um.
Uma Vida Sem Você.
Capitulo Dois.
"Está viajando" - É o que respondiam quando a menina perguntava pela mãe. A pequena si perguntava por que a mãe foi sem se despedir, sem dizer até logo como sempre fazia. Mas acabou acreditando, afinal de contas ela só tinha dez anos e ainda acreditava em gente grande. Os anos se passaram e sua mãe não voltou. Aos treze anos ela já não acreditava mais em coelhinho da Páscoa e descobriu que tinha sido abandonada; deixada ao Deus dará.
A mais velha das gêmeas encontrou outra forma de amenizar a dor da perda. Tomava balinhas para dormir, lia romances baratos e si dizia melâncolica. Ouvia Avril e era revoltada.
domingo, 28 de março de 2010
Cansado.
Cansado de chorar, de reclamar. Cansado de tentar outra vez e dizer..."dessa vez é sério, dessa vez eu não vou cair, vou resistir até o fim".
Cansado da indiferença, da falta de ânimo.
Cansado de guardar projetos, de desperdiçar o tempo, com o nada.
Fecho os olhos e me vejo parado no meio de um longo caminho de terra. Está escuro e a noite não tem luar e nem estrelas.
O caminho é longo, - eu não consigo ver o seu fim.
Apenas eu estou ali, parado e com medo. Muito medo.
Não á nada e nem ninguém ali, alem de eu mesmo.
Não á sons, animais, plantas ou vento. Nada.
Nem mesmo a lua para me distrair, nem mesmo a imensidão do céu para eu contemplar.
De repente o caminho some e eu me vejo parado em meio ao nada, agora nem mesmo direção eu tenho, não existe mais um caminho, não existe mais esperança.
Sou dor e medo parado em meio ao nada, no deserto dos sonhos perdidos, das desilusões.
Acabou-me as forças, acabou-me a fé.
Eu mandei a ajuda ir dar uma volta.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Físico ou Abstrato - Parte 4.
Diferente do que muitos pensam a vida noturna não é uma aventura atrás da outra. Após alguns meses de Magestri eu já podia montar um manual de passo a passo sobre o que fazer, como fazer e com quem fazer. Aquilo havia caído na rotina. Tornou-se um fardo.
O manual consistia em três fases.
1° Um banho de luxuria. Uma verdadeira metamorfose externa. Eu abandonava meus vestidos de estampas senhoris discretas com busto coberto, e me vestia com micro sais, botas gigantescas, maquiagem provocante, e claro, meu cigarro.
A 2° parte consistia em flertar pelas ruas e bares, teatros e casas de som. Vagar descontraída pelas ruas de Magestri.
Cedo ou tarde um peixe mordia a isca e o pescador finalmente podia se alimentar. Assim cumpria-se a 3° fase.
Foi assim por todas as noites, ate que ele apareceu, em uma noite como todas as outras, em um bar como todos os outros.
Meu carrasco vestia um blazer azul escuro perfeitamente desenhado para seu corpo. Tinha queixo pontudo, uma face divinal. Seus olhos pareciam focados em um objetivo eterno. Calçava sapatos de couro reluzente e deslizava sobre o paralelepipedo, vindo ao meu encontro.
O estranho da noite sentou em minha mesa, de frente para mim.
- Como vai Marcela? - Meus olhos saltaram das órbitas. Ele sabia meu nome, mas como? Eu jamais o tinha visto antes.
- Perdão mas... como o senhor sabe meu nome?
O homem a minha frente sorriu desdenhosamente.
"Não a o que eu não saiba. Não existe quem eu não conheça".
- Bom, deixemos de balela. Como vão as coisas?
Eu estava atônita, aquele estranho me fascinava por sua beleza e me assustava por seu parente conhecimento sobre mim. Tomei fôlego e respondi a sua pergunta.
- Muito bem, obrigada. E o senhor, quem é?
Ele se recostou no estofado da cadeira, soltou outro sorriso malévolo e prosseguiu.
-Não importa quem sou, e sim para o que vim. Sejamos francos Marcela, nada está bem, nada! - Ele gesticulava tranquilamente, me analisava tal como um médico e sua face era indiferente.
- Seu débito está crescendo muito rápido e a hora de paga-lo se aproxima. - O estranho enfiou a mão esquerda no bolso interno do blazer e tirou o que me pareceu um livro. Era marrom com pregas de metal nas extremidades.
Ele colocou o tal livro sobre a mesa, e com o dedo indicador empurrou-o para mim.
- Um presente. Eu o chamo de "O Manual de Boas Maneiras".
- Peguei o livro e fiz menção de abri-lo mas fui interrompida. O estranho segurou minhas mãos, aproximou-se de mim e disse.
- Aqui não! E nem agora. -ele me largou em seguida e levantou-se.
- Foi um prazer revê-la Marcela e antes que eu me esqueça. Siga passo á passo o manual, leia-o e entenderá o que deve ser feito.
-Bom, é isso. Até outro dia então.
E assim como chegara ele partiu, levantei-me para correr atrás dele. Gritei, mas eu não sabia seu nome. O estranho da noite nem sequer olhou para trás, seguiu em frente com o seu andar singular. Mas ele me dera um presente. Ao abrir o livro na primeira página, em uma caligrafia fina e feita á mão, lia-se...
"Físico ou Abstrato"
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Físico ou Abstrato - Parte 3.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Físico ou Abstrato - Parte 2.
Elas acordavam sempre as sete da manhã para irem á escola. Me recordo apenas do barulho irritante que faziam enquanto a empregada as arrumava para o colégio, o barulho da água escorrendo pelo ralo, o abrir e fechar de gavetas e portas e os passos pelo corredor da casa.
Eu sempre me acordava com todo aquele alvoroço mas nunca me levantei para lhes desejar um bom dia ou leva-las para a escola. Eu tinha uma empregada, afinal de contas.
Ele compreendia minha ausência e até respeitava, dizia que eu precisava me distrair, sair com minhas amigas, fazer compras, viajar.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Físico ou Abstrato - Parte 1.
... Semana passada eu estava sentada no café Royale quando chegou um grupo de trés pessoas. Provavelmente executivos, homens da alta. Entre eles haviam duas mulheres, duas biscates igualmente da alta, mas elas não ocupavam o mesmo podium que eles, mocinhos, senhores do mundo. Elas eram da alta, da alta sociedade de mulheres da vida. - Vadias.
Todos estavam bem trajados. Os homens despiram seus paletós e sentaram-se sem nem ao menos fazerem a cortesia de oferecer o lugar primeiro as senhoritas - Ah claro, elas não se importavam com isso.
Continuei tomando meu café com leite e chantili. Fazia um friozinho de fim de tarde eu estava muito bem agasalhada, e me detive a olhar para a mesa dos senhores.
Papo vai papo vem, beijinhos, sussurros; conversas totalmente baixas e cheias de segundas intenções.
Tentei imaginar a vida daqueles homens além café Royale em uma noite de inverno. Provavelmente pais de família. Chefões do mundo e da rasosite. E vejamos onde estavam agora.
Em um café, com mulheres do mundo. Por que?
Por que não com suas mulheres e com seus filhos no teatro do outro lado da rua? Ou talvez no Baltazares, um restaurante tradicionalíssimo do centro? Ou até mesmo em suas casas, na cabeceira da mesa á hora do jantar?
Por que? Por que ali, e com aquelas mulheres?
Eu sabia muito bem a resposta, afinal eu já tinha percorrido aquele caminho antes, eu já havia feito o que eles fazem agora, de outra forma claro. Mas eu já fui como eles.
A noite chegou rápido, ao contrário de sua partida.
Eu precisava ir embora para alimentar Peter, e em poucas horas a Magestri, como era chamada aquela cidade imunda, acordaria e tudo seria como realmente é.
Em poucas horas haveriam letreiros acessos convidando a todos que passassem nas ruas para uma noitada de orgias.
As luzes da avenida principal se mostrariam tentadoras. As ruas se encheriam de gritinhos abafados dos recém chegados, e claro, haveria as conversas mais despreocupadas de gente que já está ali a muito tempo.
Em meia hora veriam-se vestidos ao vento, corpos nus, insinuações vulgares. A noite de Magestri não é lugar para mim, uma mulher de meia idade, uma quase senhora.
Minha casa fica no fim da rua rimel, ao lado da antiga Casa Flet. Faço o mesmo caminho a cinco anos. Aceno para Jorge, um velho senhor que rega suas margaridas sempre as seis da tarde, pego minha correspondência ( contas á pagar) e entro no meu refúgio, no meu castelinho de areia.
Peter me lança aquele olhar de descaso -, Fome na verdade. Pobre do meu gato passou o dia todo com fome. Mentira! Eu o alimentei antes de sair.
Peter se enrosca por entre minhas pernas, meu filho, meu amigo. Meu gatinho faminto.
Deixo ele na cozinha, comendo seu enlatado. Minha casa é bem modesta, ela me é suficiente.
Subo minha adorada escada de caracol, lá em cima ficam meus maiores tesouros, meus registos, minhas lembranças.
Troquei as janelas do quarto de cima logo que me mudei. Mandei instalar janelões que pendem do teto até o chão, decorei-os com cortinas de cetim. No parapeito à almofadas, eu me sento por entre elas, arrasto um pouco a cortina e fico a bisbilhotar a vida lá fora...a noite de Magestri.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
for you.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Procura-se.
Já teve leitor do blog dizendo que minhas postagens são muito melancólicas e sentimentais. Ok, não posso mudar. Ou melhor, até posso.
Se foi essa a impressão que causei, tudo bem. Muito prazer, este sou eu.
Sendo assim vamos lá, deixa eu ser dramático, deixa eu ser sentimentalista e melancólico. Muito doque acontece comigo certamente aconteceu ou acontecerá com outras pessoas, ou com quase todo mundo. Existem pessoas um tanto quanto "curiosas", bom, na falta de uma palavra mais apropriada, deixemos essa. Geralemte essas pessoas tem o hábito de utilizar-se daquela velha conversa sem pé nem cabeça.
- Posso te perguntar uma coisa? Você promete não ficar chateado? Jura que não vai ficar com raiva de mim?Pronto, já viu né? Ai tem coisa.
Eu que préso até certo ponto pela sinceridade e a liberdade, digo que sim! Vá em frente, pergunte.
Quase sempre eu já até sei qual é a pergunta -, foram raras as vezes em que fui surpreendido. Isso indica o quanto conheço de mim mesmo. Bom, eu terminaria por aqui a postagem de hoje ou melhor, em parte ela termina aqui mesmo.
Conclua você leitor o que eu quis dizer, ou até mesmo qual era a tal pergunta. Trocando de roupa quero dar sentido ao tema da minha postagem. Procura-se.
Não sei você, mas eu sempre que estou na rua procuro em cada olhar, em cada pessoinha que passa por mim, procuro não sei o que. É como se eu estivesse a espera de alguém, e por isso me sinto na necessidade de estar sempre á procurar. Seja no ponto de ônibus, seja ao atravessar a rua eu sempre olho, sempre procuro.
Algumas pessoas retribuem como se também estivesse procurando algo. Outras desviam o olhar, abaixam a cabeça. Estas talvez já tenham encontrado o que eu ainda procuro.
Devo ser doido ou algo do gênero.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Sei lá.
Sabe, existem coisas que nos seguem para sempre, eu chamo isso de essência, de valores próprios. Ignora-los é não ser EU, é ir contra meus princípios.
Existem coisas que acredito e que desejo desde de criança, existem também tantas outras que sempre pensei jamais mudar de opinião a respeito. É como eu sempre digo...estar aqui hoje não significa necessariamente estar aqui amanhã.
Eu tenho perguntas, sim. Muitas delas.
Vou pergunta-las ao vácuo...
Porque fazemos coisas que sabemos serem erradas?
Por que continuamos errando, e o pior, estando ciente do erro?
Eu realmente estou seguindo meu coração?
O que é certo? O que é errado?
Um bom principio para tudo é antes de mais nada conhecer a si próprio, conversar com sigo mesmo a seu respeito.
Falar de você para você!
Pretendo praticar, embora eu já o faça a muito tempo.
Sinto que me perco em minhas palavras. As vezes eu as olho e não vejo sentido.
Talvez seja exatamente isso...
eu ando sem sentido; estou vagando dentro de mim mesmo.
Sei lá.
Sim, quando escvrevo inicialmente as palavras fazem total sentido, traduzem o que sinto, porem apenas naquele momento.
Descobri que sou bipolar, ou talvez até multipolar.
Um desejo particular= Eu quero colocar minha mochila nas costas, o Eduardo debaixo do braço e ir embora. Ir para bem longe, para um lugar que eu não conheça. Queria ficar em silêncio, observar a lua, e sentir o mundo. Queria ouvir o som das baleias.
Quero ir embora mas não sei para onde. Nada parece me satisfazer, embora eu ainda não tenha provado muitas coisas.
Boa noite.