sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Contínuando



Um amigo me disse certa vez que que não pertencemos a ninguém, e por isso somos felizes, somos livres e somos  amados. A o ler essas palavras elas não tinham o menor sentido, soavam como parte de um roteiro de romance americano, totalmente idiota. Mas os dias me fizeram compreende-la da maneira correta, não pertencemos a ninguém, nem mesmo a nós.
Ao comerçarmos qualquer coisa nessa vida não nos damos conta, mas aquilo que fazemos ou vamos fazer é nosso somente pelo tempo que permanecemos naquilo, mas antes de começar, ou depois que acabar, pronto, já não será mais nosso. Simples assim, sem garantia alguma.
Existem várias formas de medo. Há o medo de dar o primeiro passo ou de arriscar tudo que se tem, mesmo quando não se tem nada.
As palavras de hoje são tudo e nada ao mesmo tempo, elas só terão sentido agora e nunca mais. A ligação existem entre elas durará somente até a ultima letra do ultimo paragrafo da ultima linha.
Estás palavras não são um punhado daquilo que fiz ou daquilo que estou sentido, não, estás palavras são recortes, lapsos de tantas coisas.
Confesso que não gosto mais dessa forma humana de dividir o tempo, a forma com a qual fatiamos o tempo e espaço, muitas vezes nos submetendo a sentir e dizer coisas que não queremos, nos tornando escravos daquilo que criamos. Irónico, não?
Mas o homem tende a isso, cria, modifica e depois venera.
É incrível como quando criança temos a força dos deuses, tudo podemos, basta sonhar e esperar crescer para realizar. Engano seu tolo menino. Bobinho, a vida não é assim, ninguém cresce e simplesmente vira doutor e se muda pra uma casa com jardim e piscina. As coisas não caem do céu e nem brotam do solo.
Depois dos dezoito as batalhas saem do quintal de casa criam vida além da TV e tornam-se reais.
Deixe esta que as coisas vão mudar, por iniciativa e não por consequência.
Eu não tenho promessas, - desculpa se você esperava por alguma. Também não tenho lista de sonhos, não que eu não tenha sonhos, mas é que desta vez vou continuar sem pausa, porquê ainda não realizei os antigos sonhos e sonhos minha bela criança, sonhos são permanentes, são duradouros e não acabam. Tenho muitos, mas com um pouco de sabedoria adquirida organizei-os de forma que um de cada vez.
Para mim a vida segue em linha reta e eu não tenho vontade alguma de parar só para tomar champagne. Agora não é hora de soltar fogos, pois devíamos fazê-lo a todo instante.
Feliz viver. Ou ou como costumamos dizer, feliz ano novo

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

AQUI.


o importante é consumir, vivemos para comprar, nós trabalhamos para comprar!
 Acredite, não há nenhuma outra justificativa, nossa importância se resume ao nosso grau de consumo, ao nosso poder de compra. Essa é a lei. Você, seu bosta, você e todo mundo não passa de um número de cartão de crédito, de um cpfzinho nojento e mal acostumado. Acostumado a ter o que não precisa, forçado sem nem ao menos perceber a querer sempre mais, só que não melhor. Querer sem nem saber por que.
Somos tão tão previsíveis, tão metódicos. Eles podem sem esforço algum prever nosso próximo passo.
Já parou pra pensar, ops, perdão. Não sabemos mais fazer isso, as "the machine" o fazem  por nós. Mas, permita-me supor que caso  pudesse-mos fazê-lo, pare e pense, por que?
Porque é somente isso que nos resta, comprar. Eles conseguiram  eles converteram a todos. Mas sei que não somente eu, como algumas centenas ou até milhares de pessoas muitas vezes se pegam pensando... porque, pra que?
Justifica, me responde porra. Qual o sentido desse consumo todo?
 Somos iguais a crianças  choronas que enquanto o biscoito não acaba ela não para de comer, mesmo sem fome, mesmo sem vontade.
Isso vicia, olhemos uns para os outros, somos fantoches, bonequinhos de pano, e tão bem manipulados tão acostumados  a sermos dominados.
Mas o sistema vai cair, há vai, espera pra ver. E como um otário, tal qual um débil eu vou sair em praça publica, vou pular e me contorcer de rir. Rir dessa desgraça que não é só nossa, nem só minha. É da nossa gente, do nosso pais. É  da nossa mãe também, essa mãe que não tem mais condições de aguentar o que esses filhos desajuizados estão fazendo com ela e principalmente com eles mesmo.
A mamãe vai embora, porem pode voltar. Quero ver neném sobreviver sem mamar, sem mamãe, sem lar.

sábado, 11 de dezembro de 2010

1.9

Ei, guri. Você tem um minuto?

Podemos sair pra dar uma volta, tomar alguma coisa?
Que bom!

Fico feliz que em meio aos seus afazeres tão urgentes e importante você tenha me dado tamanha gratificação, prometo não demorar. Onde? Praia, campo, ou na cidade mesmo? Ah, já sei. Um descampado coberto de relva, certo? Vamos. Ah, antes que eu me esqueça, vamos levar laranjas para fazer um suco.

Que tarde heim.
Olha isso aqui. Fecha os olhos guri, agora respire bem devagar... isso, mais lento, sem preça guri, desliza teu pulso sob a grama, relaxa teus ombros...agora sorria.
Guri, eu ti trouxe aqui para conversarmos, preciso lhe dizer algumas coisas.
Ah guri foram doze meses que si passaram, mas parece que foram doze anos, você mudou, na verdade você se mudou. Mudou-se de princípios, de formas e de perspectivas, ou talvez não, sei lá. Talvez você apenas tenha dado férias para os antigos ângulos, ou quem sabe trocou as lentes do seu binóculo. Enfim, eu não sei ao certo o que aconteceu, mas guri, você mudou. Isso é um fato.
Antes eu podia sentir sua presença, porque você tinha uma espécie de mantra, de energia positiva que ti fazia acreditar, seguir, lutar, chorar e até sorrir, hoje parece que você simplesmente não si importa mais.
Ei, guri, olha nos meus olhos, quero ter a certeza que você está ouvindo cada palavra que estou lhe dizendo.
Para com isso cara, liga outra vez essa máquina de carne, ossos e consistências. Puxa vida, volta, esquece um pouco a razão. Cadê aquele guri de corpo e alma, cadê aquele cara que colocava o amor como principio meio e fim?
Cadê você guri, eu preciso que você continue, desculpa o egoísmo, mas não é só por você, é por mim também. Eu sou um pequeno fleche do que você vai si tornar, mas, percebe, estou inacabado, inconcluido. Por enquanto sou apenas uma tentativa, e por favor, preciso de você para me tornar uma realização.
Para de comprar livros guri, você não está lendo mais nenhum deles. Pare por favor de comer manteiga, eu não quero ser diabético aos trinta e cinco. Ah, e, por favor, estabeleça, ou melhor, conclua de uma vez por todas alguns pontos de vista. Tudo bem se for mudá-los depois, mas os tenha, e na ponta da língua.
Permita-se mais muitas coisas permita aos outros ao menos de vez em quando errar, pense menos na vida alheia, ocupe-se de mais, mais e melhores coisas. Por favor.
Respire mais fundo, e olha aqui, ei olha no meu olho, você vai viajar ta me ouvindo? Vai sim.
Lembra do Protigius? E da Ana? Então, eles estão esperando por você, estão morrendo de vontade de caminhar, falar e existir.
Aqueles três lá em casa, guri, são tua família, considere isso algumas vezes mais, e trate-os como tais.
E aquele protetor solar, e o shampoo pra caspa quando que você vai comprá-los? E não esqueça do aparelho dentário heim, esse ano sai, veja lá menino.
Pra finalizar peço que quando sobrar um tempinho tente novamente aquela conexão.
E por ultimo, vá com um pouco mais de calma, sinta o cheiro de vez em quando, ou sempre.
Bom, é isso guri, e o suco, sai ou não sai?