terça-feira, 10 de setembro de 2013

Simplesmente Nós




Era uma tarde absolutamente formidável em um pequeno, mas aconchegante chalé no campo. A fumaça saindo pela chaminé anunciava um fim de tarde chuvoso e o início de uma noite estrelada e fria com direito a pequenos flocos de gelo sobre a grama.
Sobre a mesa de madeira, na cozinha totalmente campestre e artesanal com fogão a lenha estava à caneca de café com diversos bolos e doces caseiros trazidos da pequena cidade onde o turismo e a gastronomia o tornavam sua maior fonte de renda.
A vida deles era incomparável com relação à agitação das grandes cidades podia-se ouvir o cantarolar dos pássaros, o agitar do vento sobre as arvores de folhas secas e nós ali sentados na sala sobre o tapete, recostados sobre a parede de madeira.
Eu digo: Muitas perguntas em mente!?
Eu mesmo respondo em meus pensamentos: Várias!
Mas dizer algo poderia estragar os olhares, os sorrisos, os gestos que descreviam aquele momento. Jamais!
Não, não era um encontro fútil, não era um casal em busca de aventura e não, não estávamos à busca total da felicidade, pois a felicidade encontrava-se ali no silencio.
O que era para ser só uma viagem se tornou um reencontro ao passado, passado este que nunca foi esquecido e que foi relembrado no momento em que me vi sentada na sala em frente à lareira. O aconchego se tornou naquele momento o nosso maior companheiro, naquela hora e sem dizer nenhuma palavra o abraço se tornou inevitável. O silêncio e a preguiça adentravam a noite e o egoísmo já não fazia mais parte de nós.
Ali mesmo aconchegados à frente da lareira dormimos sem que quaisquer outros pensamentos pudessem fazer daquele momento algo fútil e carnal. Minhas mãos percorreram seus braços e por fim chegaram a suas mãos quentes.
A vida naquele momento parecia ter estacionada, fiquei ali deitada por mais alguns instantes me perguntando se merecia estar ali apesar de todos os devaneios que a vida insistiu em trazer a memória.
Olhei para o lado e admirei por alguns instantes seu sono leve, beijei levemente seu pescoço e levantei devagar para não o despertar. Fui até a cozinha preparei uma grande xícara de chocolate quente e sentei-me no balanço que havia na varanda, com uma manta e apreciei o soar do vento sobre meus ouvidos...
Ao longe se podiam observar outros chalés cobertos por folhas secas ao redor da entrada fazendo daquela paisagem campestre algo encantador aos meus olhos!
Voltei à cozinha e me recostei sobre a pia, e admirada com a paisagem fotografada em meu pensamento, deixei que fluíssem novas ideias, senti passar sobre minha cintura mãos quentes e braços totalmente acolhedores, nós ali nos contentando com a paz que ressoava sobre o chalé vazio. O silêncio adentrava cada cômodo, contudo nos sentíamos tão em paz, tão completos que nada mais fazia falta.
Estar ali nunca foi tão especial para nós, abraçados na cozinha, olhares tímidos, conversas ao ouvido, risadas singelas e um beijo para consumar a noite, tudo isto sou eu, você...somos simplesmente nós.


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