domingo, 23 de outubro de 2011

Rotina.



Cinco e vinte, abro os olhos, pulo da cama. É segunda-feira, estou feliz! Nasci outra vez, vou morrer em cinco dias.
Calço meu chinelo de couro, o banheiro é a minha primeira parada. Mijo, cago. Escovo os dentes.
O chuveiro ligado reflete um fetiche, água quase fria, meio morna. O celular sobre a privada toca Beatles, as vezes Red hot, depende da segunda, nesta em especial o sol acordou antes de mim e está bonito, por isso ouço Samuel Rosa. Me seco, me toco, me detesto e me adoro.
 Camiseta por baixo, camisa por cima. O sapato furou, vou com outro menos furado mas que não é sapato. Cabelo cortado a dez reais e unhas lixadas, bom humor no corpo e na alma.
Na mochila caderno, óculos, molho de chaves e a passagem em cartão. Hoje levo comigo Victor Hugo, não paguei a biblioteca, Weber só semana que vem.
Podemos ir, mas não sem antes tomar um copo d´água.
No portão o segredo é girar a chave duas vezes para a direita e sair, depois duas vezes para a esquerda e fechar.
O sol está alto, eu apreço o paço. No ônibus o cobrador não ouvi o meu bom dia. Por quatro reais e cinquenta e cinco centavos eu tenho o direito coletivo de ir em pé, com mochila entre as pernas e braço levantado. Me sinto assaltado!
Eu durmo em pé e sinto ser levado a curto prazo, mas chego, chego cansado. Subo, corro, sento, levanto e entro. Subo novamente, abro, fecho, abro outra vez e outra. Tiro, me visto, lavo o rosto, saio, bato, imprimo e desço.
- Bom dia!

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