quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Violência


(imagem - google)

Violência é uma palavra difícil, não é tarefa fácil defini-la e exemplifica-la. Na verdade, violência é uma daquelas coisas que para entender mesmo é preciso senti-la, ou melhor, sofre-la. Apesar de viver na periferia cercado por muito do que não vale à pena eu nunca realmente me senti inseguro. Atribuo isso muito mais a prepotência da minha parte do que a qualquer tipo de segurança oferecida pelo estado ou não. Recentemente uma onda de assaltos a caixas eletrônicos fez com que os poucos que existiam no meu bairro fossem retirados, por medo. Pela ameaça de que a próxima vitima fosse o mercadinho da esquina ou a padaria logo ali na avenida. Mas puxa vida, esse não é o caminho inverso? Não deveria ser ao contrario? O correto não seria expandir a rede de estabelecimentos com caixas eletrônicos até mesmo abrir novas agências bancárias e desenvolver o bairro? Mas vejam só, a violência não deixou e eu pela primeira vez senti medo de viver onde vivo; de ir e vir por onde sempre fui e vim. Um tipo de medo que oprime e que me faz prisioneiro dentro do meu próprio meio. Senti medo por minha vida. Sim, afinal de contas vai que amanhã quando acabarem os caixas eletrônicos decidam assaltar universitários que voltam tarde da noite da faculdade. Ou quem sabe talvez eles optem por raptar pessoas às cinco da manhã quando estiverem saindo de suas casas para o trabalho, ah, sei lá, a ausência da segurança é causada pela presença da violência e esta por sua vez gera o medo.


Eu poderia citar milhares de exemplos, mas basta ligarmos a tv ou abrir qualquer site de noticias na internet. Na verdade, basta sairmos na rua e lá esta ela, a violência, seja como um fantasma que pode vir átona a qualquer momento ou corpórea, ali, estampada no rosto do teu vizinho, no sorriso fingido da tua mãe, ou nas palavras rápidas do açougueiro. A violência entra em nossas casas sem pedir licença, na rua em que moramos. A violência deita sobre nossas vidas e traz consigo o medo.

Hoje você desisti daquela festa de sexta anoite, ou deixa de comprar o pão ao crepúsculo, sem falar naquela caminhada antes do jantar, mas essa é somente uma parcela da violência, e si falarmos daquela que habita casas mundo a fora, aquela violência que surge de onde menos se espera aquela violência que vem em forma de palavras avessas, avessas porque são ditas por quem não deveria dizê-las, por quem deveria fazer o contrario, deveria proteger, ao invés de violentar.

Mas sabe o que realmente me assusta mais que a violência, o que realmente me põe medo e me entristece muito? É a aceitação disso, é o curvar-se da comunidade, das mulheres em suas casas, das pessoas em suas vidas, e principalmente o meu próprio comodismo. Saiamos às ruas e façamos alguma coisa, não podemos deixar que a violência se torne comum como andam dizendo por ai. Violência NÃO. Medo NÃO. Segurança, SIM.

Um comentário:

  1. Bastante válido a sua postagem.
    Violência é algo que nos limita muito. Limita os ser-humano. Nos iguala a um nada.
    Queremos mais segurança, paz. Pode ser clichê mas depende de cada um.
    Abraços!

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