(imagem - google)
Eu convido todas as mulheres do mundo: índias, negras,
brancas, pardas, caucasianas, amarelas, ruivas e toda e qualquer mais etnia ou
cor que possa haver. Mulheres de além-terra, se existirem, por favor, venham
também. Para caminharem juntas e gritarem ao mundo: Nós estamos aqui e não
vamos retroceder!
Convoco estas mesmas mulheres para
fazermos um cerco ao redor de seus filhos para que nenhum deles saia de casa
para travar guerras que não lhes pertence. Mulheres de todo o mundo, eu rogo
para que tenham força, coragem e meios de dizer BASTA a opressão causada por
seus maridos, a violência infligida por seus pais e ao estupro descabido de
seus corpos.
Mulheres! Do Congo, da China, Rússia, de
Uganda. Mães Sírias saiam ás ruas pelo direito de ver suas filhas do outro lado
da fronteira. Mulheres de todo o mundo, façamos agora mesmo uma muralha no
campo de futebol onde querem descabidamente apedrejar uma jovem.
Indianas, Norte - Coreanas, Sul - Coreanas,
Brasileiras, mulheres! Deem as mãos e façam sentinela nos ônibus, trens e
aviões; seus corpos NÃO são patrimônio público, é um direito privado, são seus.
Juventude Israelense, Afegã, Paquistanesa
e Iraquiana; tomem as ruas do oriente médio,. Chamem todos os outros, vamos cavar um foço e jogar nele todas as bombas, todas as lágrimas e as armas usadas
na sangrenta e irrefreável tentativa de tirarem de vocês a fé e a esperança. Do
monte Ararate na Turquia ás margens do Nilo, cantem em uníssono a canção do
"Não queremos mais Guerra".
Homens! Vamos também dar as mãos a nossas
mulheres, mães, professoras, irmãs, primas, namoradas e a todas as outras
mulheres, vamos ajuda-las a fazerem parte desse mundo. Gritemos por elas e com
elas. Vamos ajudar a construir um mundo onde as mulheres possam descer do
ônibus a meia noite e andarem até suas casas sem o medo de perderem suas vidas,
sem a necessidade de que um de nós precise estar ao lado para impor
superioridade. Homens, façamos com que cada mulher deste mundo sinta-se segura
não porque existem homens, mas porque elas são mulheres e devem ser respeitadas
como tais.
Eu convoco os negros e os índios, peço também que se juntem a nós os nordestinos e os Chineses, para dizermos em alto e bom som: Nós vamos permanecer aqui, porque
aqui também é o nosso lugar.
Eu peço que abram alas, porque mandei
chamar toda a comunidade LGBT e eles e elas já estão subindo a Augusta, as
ladeiras de São Francisco, atravessando as ruas do Recife e a ponte do Brooklin,
estão amontoados na praça vermelha, nos portões de Brandemburgo e marchando por
toda a África, todos dizendo a quem quiser ouvir e principalmente aos que
insistem em não querer: Este mundo também é deles, também é nosso! E por isso pedimos que parem de nos queimar vivos, de nos julgar por nossa
orientação sexual ou pelo modo como nos vestimos. Pedimos para que não
mais nos espanquem no metrô ou nas esquinas. Parem, por favor!
Eu clamo para que os famintos da África
ainda tenham forças e possam vir caminhar conosco.
Chamo também os meninos soldados de Serra
Leoa, suplico a eles que larguem seus AK47 e venham de mãos dadas se juntar a
nós pelo direito de irem á escola, pelo direito de terem o que comer, pelo
dever (nosso dever) de terem um lar e uma família. Pela esperança em terem de
volta a infância roubada.
Se não nesta geração, pois então que na
próxima, mas que nós, sejamos lembrados como aqueles que voltaram às ruas, que
subiram nos telhados, cruzaram pontes e marcharam novamente de norte a sul em busca de
equidade e liberdade. Liberdade dos gêneros, igualdade dos sexos. Digamos NÃO
mais uma vez as distinções de raça, credo, sexualidade ou qualquer outra.
Eu convido as igrejas da América, o alto
clero de Roma, os Anglicanos da Grã Bretanha. Muçulmanos, Judeus, mestres
da Umbanda, seguidores de Buda, Oxalá e Alá. Venham todos, vamos caminhar
além de nossas causas particulares, até o ponto em que todas elas sejam comuns.
Continuemos andando, de mãos dadas e
com satyagraha!
Inicialmente era para ser um texto apenas
para as mulheres, mas o camaleão se empolgou e fez um texto para todo mundo.
Mas o dia é de vocês meninas, e eu vos
desejo força e beleza, garra e brilho, coragem e persistência.
Lembrem-se mulheres, vocês são maioria
neste mundo, são a maioria capaz de mudar o rumo hostil no qual acostumamos a
caminhar.
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