quinta-feira, 18 de abril de 2013

Cadê o extraordinário?





Cadê as chaves? E a portinha minuscula, onde fica?
Onde está Alice e seu coelho apressado? Lewis Carrol seu maldito, venha já aqui!
Eu havia inicialmente pensado em fogos de artificio, em trilha sonora ao fundo e talvez com o chão se desfazendo sob os meus pés, mas não! Nada disso aconteceu. Foi tudo naturalmente normal e bom, mas normal. Arh!
Tudo tem sido normal!
Porra eu sei que o céu não vai cair sobre nossas cabeças e também sei que bruxas não vão cruzar o céu da paulista em uma tarde qualquer de segunda feira. Mas sei lá, tudo está tão humanamente humano.
Isso me faz lembrar de "O jardim Secreto" quando o menino Colin diz que a magia está em nós e por toda parte e que ela se manifesta a toda instante e nós é que não vemos ou não sabemos encherga-la direito.
É nas pequenas coisas então, é isso? É nas pequenas coisas que podemos encontrar magia?  Ou é no fim do arco iris? Ah meu deus, me desculpe! No fim do arco iris tem um pote de ouro seu bobo, lembra? Duendes e tudo o mais?
Não, eu já não me recordo de mais nada.


Uma bexiga gigante e cheia d'água explode e eu posso saltitar de uma bolha a outra em velocidade extraordinária e sem me molhar. Até que consigo impulso suficiente e me lanço sozinho no espaço vazio. Me jogo na vácuo e flutuo.
Eu desenho um blazer azul e me visto, desenho também um guarda chuva e me agarro a ele, descemos em linha reta e aterrissamos no mar de cor alaranjada, ando tranquilamente sobre as águas e na margem um pouco mais a frente eu encontro um elefante falante e tagarela que estende sua tromba e me ajuda a chegar em terra firme.
-Olá moço bonito de além mar, Eu sou Eduardo, e vou lhe ajudar! Venha, vamos andar, tenho muito que lhe mostrar. Corra, venha logo, não posso esperar, o almoço vai esfriar, corra menino bonito de além mar, vamos lá!

Eduardo Eduardo, tagarela que não para de falar.
Eduardo o elefante falante de terra firme e de depois do mar.

Tibum!
Foi-se Eduardo, secou o mar e o menino d' água agora é de terra.
Olha lá, ele corre com o vento e como o vento.
Eduardo, levado! Eduardo, bobinho!
Eduardo é só um menino desfrutando das maravilhas que é imaginar.
Deixem ele sonhar, a vida é tão curta pra nos perdemos apenas na fria realidade.
Ele vai aprender cedo ou tarde a mesclar a vida com sonhos e realidade, mas está noite ele só quer sonhar.

Não é frustração, ou talvez seja. O fato é que eu esperava um pouco mais e me sinto impotente ao me dar conta de que o extraordinário nem sempre vai depender de mim, ou só de mim.
O extraordinário não é somente um céu cheio de estrelas em uma ilha em uma plena noite de verão. O extraordinário é talvez algo mais simples do que possamos pensar, e tenho tido esta convicção mais e mais nos últimos dias. O problema é que ainda não sei como e de que forma tornar o que faço e o que vivo em algo extraordinário aos meus olhos.
Mágico!






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